sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Zumbi dos Palmares

Símbolo da luta pela liberdade de culto, religião e pratica da cultura africana. A palavra Zumbi, ou Zambi, vem do africano quimbundo "nzumbi", e significa "a força do espírito presente". Nascido no estado de Alagoas no ano de 1655, sendo descendente de guerreiros angolanos. Zumbi é considerado um dos principais representantes da resistência negra à escravidão na época do Brasil Colonial, foi líder do Quilombo dos Palmares, localizado no interior da Bahia, comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas. O nome Palmares foi dado pelos portugueses, em razão do grande número de palmeiras encontradas na região da Serra da Barriga, ao sul da capitania de Pernambuco, hoje, estado de Alagoas. Os que lá viviam chamavam o quilombo de Angola Janga (Angola Pequena). Palmares constituiu-se como abrigo não só de negros, mas também de brancos pobres, índios e mestiços extorquidos pelo colonizador. Os quilombos, que na língua banto significam "povoação", funcionavam como núcleos habitacionais e comerciais, além de local de resistência à escravidão, contando com uma população de aproximadamente trinta mil habitantes e produzindo tudo o que precisavam para viver, plantavam-se frutas, milho, mandioca, feijão, cana, legumes, batatas. Embora tenha nascido livre, Zumbi foi capturado quando tinha por volta de sete anos de idade. Entregue a um padre católico, recebeu o batismo e ganhou o nome de Francisco. Aprendeu a língua portuguesa, o latim e a religião católica, chegando a ajudar o padre na celebração da missa. Apesar das tentativas de torná-lo "civilizado", Zumbi escapou em 1670 e, com quinze anos, retornou ao seu local de origem. Tornou-se conhecido pela sua inteligência e astúcia na luta contra seus seguidores,  já era um estrategista militar respeitável quando chegou aos vinte e poucos anos.

No ano de 1675, o quilombo é atacado por soldados portugueses. Zumbi ajuda na defesa e destaca-se como um grande guerreiro. Após batalha sangrenta, os soldados portugueses são obrigados a retirar-se para a cidade de Recife. Por volta de 1678, o governador da Capitania de Pernambuco cansado do longo conflito com o quilombo, se aproximou do líder de Palmares, Ganga Zumba, com uma oferta de paz. Foi oferecida a liberdade para todos os escravos, desde que, se submetessem à autoridade da Coroa Portuguesa; a proposta foi aceita. Mas Zumbi olhava os portugueses com desconfiança e se recusou a aceitar a liberdade para as pessoas do quilombo enquanto outros negros eram escravizados. Ele rejeitou a proposta do governador e desafiou a liderança de Ganga Zumba, prometendo continuar a resistência contra a opressão portuguesa. Com 25 anos de idade, Zumbi assumi a liderança do Quilombo dos Palmares, comandando a resistência contra as tropas do governo. Durante seu “governo” a comunidade cresce e se fortalece, obtendo várias vitórias contra os soldados portugueses. O bandeirante paulista Domingos Jorge Velho é contratado para aniquilar Palmares. Em 1964, com uma legião de 9.000 homens, armados com canhões, um grande ataque inicia-se ao povoado e após uma intensa batalha, a sede do quilombo, é totalmente destruída. Ferido, Zumbi consegue fugir, mas foi localizado no dia 20 de novembro de 1695, vítima da traição do seu companheiro Antônio Soares e entregue as tropas do bandeirante. Aos 40 anos de idade, teve seu corpo perfurado por balas e punhaladas, sendo levado para o governador Melo e Castro. A sua cabeça foi decepada e remetida para ser exposta em praça pública no Recife, onde foi coberta por sal fino e espetada em um poste até ser consumida pelo tempo, visando desmentir a crença da população sobre a lenda da sua imortalidade. 

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