O santuário esta localizado no município baiano de Bom Jesus da Lapa, distante 796 quilômetros de Salvador. Trata-se de uma grande formação rochosa em calcário maciço de 90 metros de altura, isolado no meio de uma planície, com a base quase dentro da água do rio São Francisco. Uma verdadeira beleza natural formado em seu interior por várias grutas, sendo mais conhecida a Gruta do Bom Jesus, com 50m de comprimento, 15 de largura e 7 de altura. Local de forte devoção pelo povo nordestino, transformou-se no lugar sagrado e a mais famosa romaria, levando anualmente milhões de fiéis a “capital baiana da fé”, sendo considerada a terceira maior peregrinação do Brasil. A gruta antes habitada por onças, serviu de estrutura para montar o templo de oração para os devotos. É muito mais do que uma cavidade na pedra, é uma obra construída pela mão da natureza e escolhido por Deus. Sua história centenária foi descoberta há mais de 350 anos, pelo português Francisco de Mendonça Mar, no ano de 1691. Ele que fez os primeiros altares, conseguiu paramentos litúrgicos, castiçais, a imagem de Santo Antônio de Lisboa e a de Nossa Senhora da Soledade. Também construiu junto ao santuário, um asilo para os pobres e doentes, dos quais cuidava. Assim, o povoado começou a crescer ao lado da enorme rocha, assumindo o nome de Bom Jesus da Lapa. Graças às constantes procissões que se transformaram no decorrer dos tempos, o povoado foi se desenvolvendo em vila por volta de 1870, atingindo a categoria de cidade quando foi emancipada, no dia 31 de agosto de 1923. Cada ano o santuário recebe um número sempre maior de visitantes e o trabalho pastoral dos missionários redentoristas tem grande influência na vida religiosa da região.
Francisco de Mendonça Mar, começou seu trabalho em favor dos mais necessitados e logo se pôs a serviço da caridade com os mais pobres e doentes, passando a ser conhecido pelo nome de “Monge da Gruta”. A sua fama foi espalhando-se entre os povos da região, e já nos anos seguintes, muitos fiéis, tocados por seu exemplo de bondade, começaram a visitar a gruta. Como exemplo de amor ao próximo, construiu às portas do santuário um asilo e o primeiro hospital aos enfermos sendo ele próprio o enfermeiro. foi chamado a Salvador para que fosse iniciada sua preparação como padre, tendo sido ordenado no ano de 1705. Adotou o nome de Padre Francisco da Soledade, em honra à Virgem Maria. Em seu retorno para Bom Jesus da Lapa, passou a pregar o evangelho em toda a cidade e em resposta o povo sentia a obrigação de peregrinar até a gruta. Diante da imagem do cristo crucificado no altar do santuário (hoje uma réplica da original que se perdeu num incêndio em 1903), ajoelham-se e pagam promessas romeiros vindos de diferentes lugares do Brasil. Eles trazem consigo a fé e o amor como agradecimento pelas graças recebidas, muitos fiéis chegaram a deixar cartas, muletas e até cadeiras de rodas para provar que foram curados. Foi assim, que nasceu a romaria, que até hoje se mantem nos dias das festas, a partir de 06 de agosto e 15 de setembro de cada ano. O fundador do Santuário do Bom Jesus da Lapa, o Padre Francisco morreu provavelmente por volta de 1722, com mais ou menos 65 anos de idade. Seu corpo foi enterrado no interior da gruta ao lado direito do altar-mor, local que foi nomeado como a Cova do Monge. Lá se pode ver uma pedra de mármore preto com a inscrição: “Aqui foi sepultado o Padre Francisco da Soledade, sacerdote secular, que trouxe a imagem milagrosa do Bom Jesus a esta Lapa e nela viveu em oração e penitência. Descanse."
Alto do Cruzeiro
Quem visita o Santuário do Bom Jesus da Lapa, torna-se obrigatório a subida do morro para ter a mais bela visão da cidade. São 322 metros de escalada para ser percorrido até a chegada ao topo, onde se encontra o Cruzeiro. Há muitos trechos nada confortáveis, inclusive tem muitas pedras íngremes, pontiagudas, mas indo com cuidado não haverá problemas. Durante a escalação é possível observar várias fitas amarradas em árvores, pedras, em sinal da graça alcançada, ou simplesmente uma forma que o romeiro encontrou de mostrar que esteve ali. Também você encontrará várias cruzes que simbolizam as estações da Via Sacra. É o caminho percorrido na Semana Santa até a chegada ao alto do Morro, a última estação da Via Sacra. Considerado um dos lugares mais sagrados do Santuário pelos fiéis. São muitas as pessoas que fazem a peregrinação até a cruz, faz seus pedidos ou agradece pela saúde e as realizações em cada vida. Uma boa parte dessas pessoas vão até a pedra que “tine”, alguns por curiosidade, outros para emitir o sinal de que voltará a visitar. É uma tradição bem conhecida pelos romeiros: subir até o topo, dá 3 voltas, faz 3 pedidos e desce pelo outro lado. É uma forma de confirmar que fez aqueles pedidos. Depois, uma boa parte desses romeiros voltam para agradecer. É justamente o significado das fitas amarradas no corrimão: agradecimento pela graça alcançada. se for em dias de grande movimentação, como a romaria, por exemplo, será possível ver a grande aglomeração de pessoas espalhadas pela cidade, lá de cima. Se for em dias de grande movimentação, como a romaria, por exemplo, será possível ver a grande aglomeração de pessoas espalhadas pela cidade e do terá uma vista panorâmica onde se vê a ponte do Rio São Francisco.
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