quinta-feira, 10 de julho de 2025

Memorial da Resistência de São Paulo - DOPS



Localizado na antiga sede do Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops/SP), uma das polícias políticas mais truculentas do país, entre 1939 e 1983. Hoje o espaço é um museu sobre as memórias da ditadura civil-militar brasileira e seus desdobramentos retratando passagens importantes da nossa história. Acolhendo experiências de resistência e de lutas por direitos, valoriza a democracia e promove a educação para a cidadania em diálogo com a sociedade. O prédio foi projetado pelo arquiteto Ramos de Azevedo, que inicialmente abrigou os escritórios e armazéns da Companhia Estrada de Ferro Sorocabana. Após reformas, sediou delegacias vinculadas ao Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo (Deops-SP). Com a extinção do Deops-SP foi ocupado pela Delegacia de Defesa do Consumidor (Decon). Em 1997, a gestão foi transferida da Secretaria de Justiça para a Secretaria da Cultura e, em 1999, o edifício foi tombado como bem cultural pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico (Condephaat). Após 3 anos de restauração, foi inaugurado em 2002 o Memorial da Liberdade que apresentou ao público as antigas celas do Deops-SP. Em 2004, a APAC assumiu a gestão do prédio e instalou a Estação Pinacoteca, com exposições temáticas, a Biblioteca Walter Wey, o Centro de Documentação e Memória, e o Auditório Vitae. Em 1º de maio de 2008, começou um novo projeto para o espaço e, em 24 de janeiro de 2009, o Memorial da Resistência é relançado ratificando seu compromisso com a ampla compreensão da memória e da história política do Brasil. Acima de tudo, o papel do Memorial da Resistência é atuar diariamente para que as violações ocorridas durante a ditadura civil-militar não se repitam nunca mais!

Departamento de Ordem Política e Social (DOPS)

Foi um órgão do governo, criado em 30 de dezembro de 1924, que tinha a função de assegurar e disciplinar a ordem militar no país, foi instituído em 17 de abril de 1928 pela lei nº 2 034, que tratava de reorganizar a Polícia do Estado. Foram estruturadas a partir de delegacias, divisões ou departamentos da Polícia Civil de cada estado da federação – em especial São Paulo e Rio de Janeiro, então Capital Federal – para atuarem na repressão a comunistas, anarquistas, sindicatos e movimentos sociais. A Delegacia de Ordem Social era responsável por investigar todos os tipos de movimentos sociais, como greves, campanhas contra a carestia, associações de amigos de bairros, bem como fiscalizar a ação dos sindicatos e dos trabalhadores organizados, produzindo inquéritos, relatórios e prontuários de presos e investigar os movimentos nas cidades do interior do estado de São Paulo. As questões políticas ficavam a cargo de uma delegacia especializada. Além de acompanhar comícios e eleições, esse setor ainda fornecia informações sobre a situação política nas cidades do interior, dos partidos políticos, personalidades e cargos. Durante as ações do regime militar, houve relatos daqueles que sobreviveram à repressão promovida por sequestros, execuções e práticas de torturas usando pau de arara, choques elétricos, mutilações, empalhamento com cassetete, jacarés vivos e cadeira do dragão, entre outras crueldades. Não se tratava apenas de produzir, no corpo da vítima, uma dor que a fizesse falar pela urgência de se obter informações, a tortura visava imprimir à vítima numa sentença condenatória e destruição moral rompendo os limites emocionais. A ditadura militar agia violentamente, como forma de garantir e controlar a sociedade dentro das regras do regime. Ainda bem que acabou esse pesadelo.

www.memorialdaresistenciasp.org.br

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