Em 2015, aconteceu a exposição com esculturas hiper-realistas
do artista Ron Mueck. Foi recorde de
público na Pinacoteca, reunindo 402.119 visitantes, durante o período da mostra
na capital paulistana. O recorde de público anterior na Pinacoteca, pertencia à
famosa exposição Auguste Rodin, Porta do Inferno em 2001, quando o museu
recebeu 300 mil visitantes. Com mais de 2 horas de espera, longas filas se
formaram para ver as nove obras gigantes, que traz cenas representadas do
cotidiano, caracterizada pelo impressionante cuidado com os detalhes, mantendo
a fidelidade dos pelos, rugas, veias e músculos. As figuras humanas de Mueck,
cativam pelo realismo dos personagens, cujos gestos sutilmente expressam
situações cheias de vida e mistério. Além do Brasil, a exposição fez sucesso
por onde passou: Japão, Austrália, Nova Zelândia, México, Buenos Aires. As
técnicas utilizadas em suas esculturas, fazem dele um autor original, inovador
e contemporâneo. Mueck utiliza materiais como resina, fibra de vidro, silicone,
acrílico, os cabelos e pelos sãos colocados um a um, para reproduzir fielmente
cada detalhe da anatomia humana e construir esculturas que tematizam pinturas
de vida e morte. Suas obras evocam uma espécie de realismo que é ao mesmo tempo
íntimo e monumental. Em diferentes escalas, o artista amplia ou reduz muito o
tamanho dos corpos para criar situações que movimentam o olhar do espectador. Suas
obras descrevem a obsessão, com a verdade falada de um artista que busca a
perfeição, e é extremamente sensível com a forma e a matéria. O seu processo
criativo detalhado, nas expressões das suas figuras humanas é de uma perfeição
técnica, que estão longe do realismo acadêmico. Todas juntas, as obras pesam 7
toneladas e para chegar no Brasil, as peças vieram em um avião cargueiro.
Ron Mueck
Nasceu em Melbourne, Austrália, em 1958. Cresceu vendo os seus pais construírem brinquedos, pois sua mãe fazia bonecos de pano e o seu pai brinquedos de barro. Segundo relatos, Mueck adquiriu esse perfeccionismo por causa de seu pai, que sempre exigia que fizesse tudo perfeito. No início de carreira, foi fabricante de marionetes e modelos para a televisão e filmes infantis, nomeadamente no filme Labyrinth. As suas obras são incrivelmente realistas. Se não fosse o tamanho de suas esculturas, elas seriam facilmente confundidas com pessoas ou são muito grandes ou muito pequenas, jamais do tamanho humano. Quando produz suas representações, ele não se preocupa em ser realista. No entanto, as suas esculturas buscam o máximo de perfeição possível. A partir do ano de 1996, em colaboração com sua sogra Paula Rego, produz uma série de pequenas figuras como parte de uma exposição que ela estava realizando na Galeria Hayward de Londres. Começa a abandonar gradativamente a produção de maquetes e modelos para o cinema e a televisão. A transição de artesão a artista se completa quando é descoberto por Charles Saatchi, que começa a colecionar suas obras e o consagra com grande valor no mercado de arte. Em 2001, Mueck obtém grande aceitação internacional e se destaca como um dos artistas mas originais da arte contemporânea com Boy, um enorme menino agachado de 5 metros de altura que foi exibido no Milenium Dome e na 49ª Bienal de Veneza. As suas esculturas são feitas manualmente, em seu ateliê na Grã-Bretanha, onde trabalha sempre em silencio e sozinho. Se mantém longe do holofote e não concede entrevista.
Vejam mais fotos...
Nenhum comentário:
Postar um comentário