segunda-feira, 20 de março de 2023

Cultura Lowrider

É um movimento automotivo chicano, que surgiu na fronteira do México com EUA, e se popularizou através dos rappers norte-americanos, que usavam os carros nos clipes, e também teve muita visibilidade com o filme Os Donos da Rua (Boyz-n-the-Hood). Esse universo de carros antigos, adaptados com suspensão hidráulica, ganhou adeptos no mundo todo, inclusive aqui no Brasil, onde já virou sucesso nas edições dos encontros, que acontece anualmente na Mooca, bairro da Capital Paulista. O evento tem exposição de Lowcars, Lowbikes, venda de artigos relacionados a cultura mexicanos, área gastronômica, diversas atrações musicais e muito mais. Mais que uma customização automotiva, o lowrider se transformou num estilo de vida. Nos Estados Unidos, o movimento ajudou a pacificar as guerras entre gangues que, ao invés de ficarem brigando, começaram a criar disputas com os carros. Não é qualquer carro que pode virar um lowrider. Na lista de modelos preferidos para a customização, figuram veículos e marcas como Impala, Caprice, Malibu, Buick, Cadillac e Lincoln. Os clubes de lowrider são muito fechados, essa postura de “poucos amigos” faz parte da mística. O processo para avaliar um novo membro é tão rigoroso, que só entra no clube quem é convidado ou faz por merecer. Ter um carro customizado pode custar cerca de R$ 40 a R$ 80 mil. Um legítimo exemplar tem rodas douradas, som potente e tintura especial (com purpurina). Frequentemente são equipados com sistemas de elevadores hidráulicos para as competições de saltos. O preparo leva até sete meses para ficar pronto. “Lowrider” é uma identidade cultural latina para os aficionados que os fabricam e os dirigem.

Nos anos 1950, as autoridades do estado norte-americano da Califórnia, proibiam a circulação de carros rebaixados. Mas os mexicanos que viviam na fronteira, encontraram uma forma de driblar a fiscalização. Sem dinheiro para comprar carros do ano, os “chicanos” (gíria para gangues de mexicanos e descendentes), começaram a modificar seus carros velhos. Em 1953, os primeiros lowriders que surgiram, os cupês Ford e Chevrolet pré-guerra, porque eram baratos para comprar. O Mercury 1949, popularizado por James Dean em “Rebelde Sem Causa”, outros incluíam o Oldsmobile Rocket 88 e Plymouth. Esses eram os mais preferidos, com pinturas personalizadas, grafismos de símbolos religiosos ou temáticos culturais e estofamento em veludo. São algumas das características desses carros, com suspensões hidráulicas, capazes de dar saltos e até andar em três rodas. A ideia de adaptar uma bomba de avião da 2ª Guerra Mundial (sucata garimpada em desmanche naquele tempo) no carro. O funcionamento das bombas instaladas na suspensão, são alimentadas por um conjunto de baterias. Quanto mais força as bombas tiverem e quanto o maior for o número de baterias, mais alto o veículo irá pular. Alguns chegam a subir até quatro metros. Tudo isso é acionado e controlado pelo motorista, por meio de uma caixa de controle instalada dentro do carro. Mas os lowriders não são apenas amantes de carros antigos, a moda visual lowrider une bermudões, camiseta regata branca, bandana, correntes, calças cáqui largas e camisas usadas por trabalhadores americanos, além de chinelo com meia e chapéu ou boné. O movimento foi bastante incorporado também pela cultura hip-hop e, hoje, ambos andam lado a lado. Atualmente, a cena Lowrider é muito forte em Miami e Los Angeles, nos Estados Unidos, e no Japão.

 
https://www.instagram.com/culturalowriderbrasil/
https://garagem55mooca.com.br/


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