quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Cinemateca Brasileira

É uma instituição responsável pela preservação da grande parte do conteúdo cinematográfico nacional, e por conta disso abriga o maior acervo de filmes da América do Sul. Com acesso para o público assistir a filmes durante seus eventos e festivais, realizar pesquisas profissionais e escolares, freqüentar cursos, fazer consultas ao laboratório fotográfico e arquivos especiais. Foi idealizado, através de Paulo Emílio Salles Gomes, que na época era um jovem estudante pela Universidade de São Paulo (USP), foi para a Europa escapar da sua prisão, por ter participado da Revolta Comunista de 1935, e conheceu o museu vivo de cinema francês. Durante sua estadia na França, o estudante trabalhou diretamente na Cinémathèque Française, e lá aprendeu sobre a importância da cultura de preservação das obras audiovisuais. De volta ao Brasil em 1940, iniciou seu projeto para difundir essa cultura cinematográfica no país ao fundar, juntamente com mais colegas da USP, o primeiro Clube de Cinema de São Paulo. Porém, o projeto não conseguiu se desenvolver, durante o período do Estado Novo, sob o governo de Getúlio Vargas, sendo fechado pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). Após várias tentativas, já como Cinemateca, foi incorporada ao governo federal como um órgão do então Ministério de Educação e Cultura (MEC) e hoje está ligada à Secretaria do Audiovisual. A sede está localizada, no antigo matadouro da baixada do Humaitá (que existia desde 1856) e depois foi construído no lugar, o edifício histórico do século XIX, em 1887. As antigas edificações foram tombados pelo Condephaat – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo, e restaurados pela entidade.

A estrutura atual, conta com instalações para abrigar laboratórios de restauro de filmes, depósitos, arquivos de matrizes e áreas administrativas. Além de duas salas de exibição equipadas para a projeção dos diferentes formatos existentes em seu acervo. As salas contemplam desde a clássica e quase rara película em 35mm (padrão desde o início do cinema) até as tecnologias mais recentes de cinema digital. Também são realizadas sessões ao ar livre no jardim. O acervo de imagens é formado por cerca de 250 mil rolos de filmes, que correspondem a 42 mil títulos de todos os períodos da cinematografia audiovisual nacional, possuindo obras de ficção, documentários, cinejornais, filmes publicitários, fotografias, roteiros, livros, revistas, pôsteres e registros familiares, nacionais e estrangeiros. Também possui um amplo arquivo de coleção de imagens da extinta TV Tupi – a primeira emissora de televisão brasileira. Desde 2022, a instituição é gerida pela Sociedade Amigos da Cinemateca, entidade criada em 1962, e que recentemente foi qualificada como Organização Social pelo Governo Federal. A SAC desenvolveu um importante trabalho de formação de público cinematográfico por meio da realização de festivais e mostras de filmes inéditos na Sala Cinemateca. Atualmente, ela promove a exibição de filmes, palestras, debates, cursos, pesquisas históricas, pesquisas artísticas, exposições, produção e edição de livros. Também é responsável pela captação de recursos, por meio da Lei Rouanet e de convênios com a Prefeitura de São Paulo e com a União, para a realização de projetos especiais.

A Cinemateca sofreu com 5 incêndios ao longo de sua história. O primeiro deles aconteceu em Setembro de 1957 e foi causado pela autocombustão sofrida pelos filmes em suporte de nitrato de celulose, o que resultou na destruição de todas as instalações da organização e quase todo seu acervo, até então localizados na rua Sete de Abril, no centro de São Paulo. Para a recuperação, a instituição recebeu apoio e doações de diversas entidades nacionais e estrangeiras. O segundo incêndio ocorreu em Abril de 1969 e também levou a Cinemateca a uma situação de crise, quando foram perdidos 2.000 filmes do acervo. O terceiro, com semelhantes causas e consequências, aconteceu em 1982 e levou a perda de 1.500 fitas. O quarto incêndio sofrido pela Cinemateca ocorreu em 3 de Fevereiro de 2016, quando exatamente 1.007 rolos de filmes, armazenados na atual sede da instituição, foram perdidos em outro incêndio, segundo nota oficial do Ministério da Cultura. Ainda de acordo com a nota, neste último caso, foram perdidos filmes nacionais originais de 731 títulos, que consistiam em cinejornais, curtas-metragens, testes de atores de longa metragem e um registro publicitário. Em 29 de julho de 2021, ocorreu o quinto e mais recente incêndio de grandes proporções, atingiu um dos depósitos da Cinemateca, localizado longe da sede, na Vila Leopoldina, Zona Oeste da cidade de São Paulo. No local, encontravam-se armazenados documentos e filmes de longas e curta-metragens, o fogo consumiu uma área de cerca de 300 a 400 metros quadrados do galpão. Após esse incêndio, foi reaberta com a exibição do filme A Praga, de Zé do Caixão, que foi exibido ao público pela primeira vez.

CINEMATECA BRASILEIRA
Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino/SP
https://www.cinemateca.org.br/
Funcionamento de segunda a sexta, das 9h às 18h.
Sábado e domingo, de acordo com a programação.
Telefone: (11) 5906-8100
 
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