segunda-feira, 10 de abril de 2023

Edifício Guinle

Quem se interessa pela história da arquitetura paulistana, deve conhecer o primeiro arranha-céu da cidade de São Paulo. Localizado na região central da capital paulista, o prédio construído em estilo art nouveau, com aberturas largas para o padrão da época e uma fachada, composta por granito rugoso e argamassa pigmentada decorada, com peças de bossagem rústicas, intercaladas com argamassa lisa no térreo. A cor do edifício é ocre e suas portas, são em forma de chapa ondulada metálica, com gradil de ferro acima da sobreverga. Nos outros pavimentos, as esquadrias são de madeira e vidro, com duas folhas de abrir e bandeira, possui sete andares e 36 metros de altura, quatro a mais do que o projeto original aprovado. Esse acréscimo foi feito acima da cobertura, com duas edículas. Inaugurado em 1913, foi construído e projetado pelo arquiteto catalão Hyppolito Gustavo Pujol Júnior e pelo brasileiro Augusto de Toledo, a mando da família Guinle para ser a sede paulistana da empresa Guinle & Cia. Após solicitação ser aprovada pela Câmara Municipal, a construção do edifício foi considerada precursora na verticalização de São Paulo, e pioneira no uso de concreto armado no País. Tornando-se, assim, o prédio mais alto da cidade, numa época em que não tinha prédios com mais de dois andares. A edificação foi feita no período, em que a cidade de São Paulo estava passando por grandes transformações, que tinham o objetivo de acabar com a velha arquitetura luso-brasileira, trazendo um novo alinhamento que se equiparasse, com o imposto pela elite brasileira, já influenciada por uma tendência europeia. Em 1997, o prédio foi comprado pela rede Mundial Calçados, sendo tombado pelo COMPRESP, o edifico foi restaurado mantendo o máximo das características originais do prédio até hoje.

Família Guinle

Considerada uma das mais ricas e tradicional da elite carioca no decorrer do século XX. O patriarca, Eduardo Palassin Guinle, em parceria com seu sócio, Candido Gaffrée, iniciou a fortuna da família com um armazém de produtos importados no centro do Rio de Janeiro. Foi em 1888 que os dois sócios, expandiram seus negócios ao conseguir a concessão para reformar, modernizar e administrar o Porto de Santos, responsável pela produção de café do país. Ao longo de quase um século do Porto, mais especificamente ao longo de 92 anos, a herança da família foi crescendo com o dinheiro de tal exploração comercial, chegando a render 24 bilhões de dólares ao ano. Dentre as outras construções da família encontram-se também, na capital carioca: a sede do Parque da Cidade, na Gávea; o casarão da Ilha de Brocoió, na Baia de Guanabara; o Hospital Gaffrée e Guinle, na Tijuca; e uma outra obra da família muito conhecida em todo o país é Hotel Copacabana Palace.

Edifício Guinle
Rua Direita, 49 – Centro/Sé

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