Nossa Senhora de Aparecida

Nossa Senhora da Conceição Aparecida, popularmente chamada de Nossa Senhora Aparecida foi proclamada rainha do Brasil e sua Padroeira Oficial desde 16 de julho de 1930, por decreto do Papa Pio XI. Passado 50 anos depois, foi estabelecido oficialmente feriado no país pela Lei nº 6.802, de 30 de junho de 1980, considerando o dia 12 de outubro, para dedicação e devoção a santa representada por uma pequena imagem de terracota e que esta alojada na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, localizada na cidade de Aparecida, em São Paulo. Neste dia, a Basílica costuma receber visitantes de diferentes estados para a celebração litúrgica, inclusive já recebeu até mesmo a visita do Papa João Paulo II, que a consagrou como sendo o quarto santuário mais visitado em todo o mundo, capaz de abrigar até 45.000 fiéis. Localizada no centro da cidade, é considera o segundo maior templo católico do mundo, menor apenas que a Basílica de São Pedro no Vaticano. Sua construção teve inicio em 1955 e a elaboração do projeto foi idealizado pelo arquiteto Benedito Calixto de Jesus Neto (neto do pintor Benedito Calixto), que fez um edifício em forma de cruz grega, com 1.73m de comprimento por 1.68m de largura; as naves com 40m e a cúpula com 70m de altura. Também conhecida por "Basílica Nova", está construída sobre o Morro das Pitas, teve sua estrutura metálica doada pelo então presidente, Juscelino Kubitschek. Em meados de 1972, são instaladas a Capela das Velas, a Nave Sul, passando depois para as Naves Oeste e Leste, e finalmente as alas intermediárias. Há uma passarela, denominada "Passarela da Fé", que faz ligação entre a igreja velha e a basílica ao qual possui 392 m de extensão, onde há fiéis que percorrem esse trecho de joelhos.

Segundo relatos, que se encontram no Arquivo da Cúria Metropolitana de Aparecida e no Arquivo Romano da Companhia de Jesus, em Roma. No ano de 1717, os pescadores Domingos Martins García, João Alves e Filipe Pedroso pescavam no rio Paraíba, na época chamado de rio Itaguaçu.  Confiantes que teriam uma ótima pescaria, toda vez que jogavam a rede, ela voltava vazia, até que em algumas tentativas trouxeram somente a imagem de uma santa, sem a cabeça. Jogando a rede mais uma vez, um pouco abaixo do ponto onde haviam pescado a santa, desta vez, vem na rede a cabeça que faltava à imagem. De repente, as redes que até então estavam vazias, passaram a voltar repletas de peixes (esse é considerado o primeiro milagre da santa). De volta para casa, eles limparam a imagem apanhada no rio e notaram que se tratava da imagem de Nossa Senhora da Conceição. Durante 15 anos, a imagem permaneceu com a família de Felipe Pedroso, um dos pescadores e a escultura passou a ser alvo das orações de toda a comunidade. A devoção cresceu à medida que a fama dos milagres realizados pela santa se espalhava. A família chegou a construir um oratório, e logo constatou-se que o local era muito pequeno para acolher tantos fiéis que chegavam em número cada vez maior. Em meados de 1734, o vigário de Guaratinguetá mandou construir uma capela no alto do Morro dos Coqueiros para abrigar a imagem da santa e receber seus fiéis. A imagem passou a ser chamada de Aparecida também dando origem à cidade de mesmo nome. Em 1834 iniciou-se a construção da igreja que hoje é conhecida como Basílica Velha. Em 06 de novembro de 1888, a princesa Isabel visitou pela segunda vez a basílica e deixou para a santa uma coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis, juntamente com o manto azul.

Nem todo mundo sabe, mas o maior símbolo de fé no Brasil, já sofreu um atentado que a quebrou em mais de 200 pedaços. O fato ocorreu no dia 16 de maio de 1978, na Basílica Velha na cidade de Aparecida. Enquanto a missa das 20h era celebrada, um jovem visivelmente transtornado, avançou em direção à santa no altar. Chegou a saltar de uma altura de dois metros até o cofre de ouro com frente de vidro onde estava a imagem, quebrou a proteção e tirou a padroeira do altar. O homem correu em direção à rua e apesar de ser alcançado por um guarda e demais fiéis, acabou deixando a santa cair no chão. Nossa Senhora de Aparecida quebrou em centenas de pedaços. O suspeito foi detido e tratado como doente mental. Como a escultura da padroeira estava toda fragmentada, a Igreja cogitou que o restauro fosse no Vaticano, mas confiou o trabalho de reconstrução da imagem (não houve possibilidade de restauração) a Pietro Maria Bardi, à época diretor do Museu de Arte de São Paulo (MASP), que a examinou, juntamente com João Marinho, colecionador de imagens sacras brasileiras. Sendo totalmente “restaurada”, no MASP, pelas mãos da artista plástica Maria Helena Chartuni. O processo de revitalização foi minucioso e para ter maior agilidade, a restauradora utilizou uma cola especial, com fixação mais rápida. Foram 33 dias interruptos de trabalho reorganizando a escultura da santa. As partes que faltaram, como detalhes da cabeça, por exemplo, foram reconstituídas e igualadas às demais. Após os trabalhos, Nossa Senhora voltou à Aparecida em um cortejo do Corpo de Bombeiros em 19 agosto de 1978. Na ocasião, milhares de fieis acompanharam o trajeto pela via Dutra, com um verdadeiro corredor humano até a Basílica. Cerca de 100 mil pessoas foram à Aparecida para homenagear a Santa em uma cerimônia que também contou com apresentação de Renato Teixeira, compositor da canção “Romaria”.

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