Que honra receber de presente estas duas obras, que falam da importância do Rap Nacional. Foi através da minha pesquisa sobre a Cultura Hip Hop, que consegui fazer contato com o Ricardo Teperman, músico, antropólogo social da USP e autor do livro Se Liga no Som – As Transformações do Rap no Brasil (inicialmente uma dissertação de mestrado sobre as Batalhas de Mcs). Em seu estudo, o livro analisa as questões e discussão em torno da classificação do Rap como música, o posicionamento dos rappers no mercado musical e a adesão da indústria fonográfica e de artistas consagrados. Não há como falar sobre o Rap sem associá-lo ao racismo e à desigualdade social. Através das letras que os jovens periféricos se manifestam, buscando em suas expressões uma forma de ser ouvido e ter o reconhecimento perante os críticos, mais conservadores e principalmente ter seu devido espaço na música popular brasileira. Ao mesmo tempo, que Ricardo é editor na Companhia das Letras, onde foi publicado em 2018, o livro Sobrevivendo no Inferno, que traz todas as letras do disco homônimo dos Racionais MC’s, e teve a introdução escrita por Acuam Oliveira, graduado em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) e professor da Universidade de Pernambuco (UPE). É a primeira vez que um disco é convertido integralmente em livro no Brasil e a publicação fala sobre os significados e o lugar do rap e sua produção periférica no cenário nacional e sobre a estética dos Racionais MC’s, construída ao longo de três décadas de carreira. As letras do disco “Sobrevivendo no Inferno”, se tornou em obra literária e leitura obrigatória do vestibular da Unicamp. O Rap sai da visão marginalizada com muito orgulho representando a periferia e vem ganhando uma atenção cada vez maior, por parte da crítica acadêmica e os Racionais MC’s é considerado o mais importante grupo de Rap do país.
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