Paquetá foi ocupada pelos índios Tamoios até o final do século XV. Segundo estudiosos do dialeto Tupi, a palavra Paquetá significa "lugar de conchas". Esse significado é considerado bastante aceitável, visto que todas as praias da Ilha são repletas de mariscos, o que incentivou a fundação de numerosas caieiras (fábricas de cal a partir das conchas do mar, e que era utilizado como espécie de cimento na construção das casas). Existe outra versão, de que a origem do nome se deve, a grande quantidade de pacas existentes na ilha, de acordo com o relato dos navegadores da época. Nos documentos antigos, o nome da ilha aparece grafado em duas formas: "pacoatá" e "paquatá". A ilha teve seu descobrimento em dezembro de 1555, através de um viajante francês André Thevet, frade cosmógrafo da expedição de Villegaignon, em sua missão para fundar a França Antártica. Porém, somente em 18 de dezembro de 1556, que o Rei Henrique II, da França, reconheceu a descoberta de André Thevet, e desde então, essa é a data comemorativa do aniversário de Paquetá. Muita gente pensa que Paquetá é uma pequena ilha, com sua área total em torno de 1,2 km² em formato de um oito, situado no arquipélago ao fundo da Baía de Guanabara. Mas na verdade Paquetá é oficialmente um bairro pertencente à cidade do Rio de Janeiro. Para chegar à Paquetá, somente através de embarcações. O transporte para a Ilha ocorre na histórica Praça XV, no centro da cidade maravilhosa. A travessia marítima de 17 quilômetros, pode levar cerca de uma hora e meia. Embora demorado, a viagem se torna muito agradável, justamente pela linda vista da baía de Guanabara, a visão por debaixo da ponte Rio/Niterói, a aproximação de vários navios ao redor da barca e no último domingo de cada mês, a concessionária Barcas S/A, promove o projeto "O que é que a Baía tem? Chorinho na barca".
A Ilha de Paquetá é um dos poucos lugares do Rio de Janeiro, onde existe aquela tranqüilidade típica da cidade do interior, sem aquele barulho urbano das grandes cidades. As ruas não são asfaltadas (feitas de saibro e paralelepípedos) e todos os logradouros públicos, têm nomes associados à cultura local homenagens importantes da história Paquetaense. Também é livre de poluição, pois, foi aprovado uma legislação de preservação da Ilha, não permitindo qualquer tipo de veículo motorizado (inclusive motos), com exceção daqueles destinados à manutenção, socorro e segurança da ilha. Os únicos meios de locomoção são as tradicionais charretes, triciclos, bicicletas, o trenzinho turístico, barcos e canoas. Mas é possível conhecer toda a ilha a pé, pois as distâncias não são muito grandes e o local é praticamente plano, o que facilita a caminhada. Por todos os lados a ilha oferece belezas a serem apreciadas, como as muitas casas que ainda conservam a arquitetura colonial e conta com aproximadamente 4.500 moradores fixos. Devido à falta de condições de recursos da Ilha, muitas famílias sobrevivem de pesca, algumas moram em cortiços ou barracos, aliás, a favelização é um problema que ameaça Paquetá, hoje em dia ocorre uma proliferação de construções irregulares nos morros da Ilha, invadindo áreas que deveriam ser preservadas. Existe também, o receio desses morros serem dominados pelo trafico, vindo de outros morros da cidade do Rio de Janeiro. Para garantir a segurança e a tranqüilidade, a ilha tem o destacamento do Batalhão de Polícia Militar, que mantém a lei e a ordem num cenário sem índice de violência, além do bom relacionamento com os moradores. Paquetá já foi considerada um paraíso por pessoas ilustres que já residiram por lá, Dom João VI, deslumbrou-se com a sua beleza que a chamou de “Ilha dos Amores”.
José Bonifácio de Andrada e Silva, Patriarca da Independência, que lá se exilou em 1829 por motivos políticos, chegando a ter uma bela moradia. Outro assíduo freqüentador foi Carlos Gomes, autor da sinfonia “O Guarani”. Um dos seus mais famosos habitantes foi Pedro Bruno, pintor, escultor e paisagista que defendeu a preservação da Ilha e a valorizou dedicando suas obras espalhadas locais. É o único lugar do mundo onde existe um cemitério exclusivamente para os pássaros, idealizado por Pedro Bruno e Augusto Silva com o simbolismo do amor à natureza. Até hoje o espaço é realmente usado pela comunidade para enterrar suas aves de estimação e várias pequenas covas podem ser observadas. O local é mantido com a ajuda dos moradores vizinhos a este recanto especial. Paquetá possui diversas lendas e tradições, que influenciaram a ocupação da Ilha, como por exemplo, no final do século XIX, a ilha se tornou uma atração turística com a publicação do livro “A Moreninha”, um romance escrito por Joaquim Manoel de Macedo em 1844. A Pedra da Moreninha (localizada no final da Praia da Guarda), serviu de inspiração para o autor escrever e imortalizar a primeira obra literária romântica do Brasil. Há também uma lenda indígena, do casal Aotin e Ahy, denominada “Lágrimas de Amor” que tem como tema a mesma pedra; outra lenda bastante difundida é a da Pedra dos Namorados, que afirma que se um casal arremessar algum objeto e este ficar sobre a pedra, terá um amor feliz para sempre; o Poço de São Roque, cujas águas diziam serem milagrosas e tinham o poder de cura, foi neste poço que D. João VI se curou de uma úlcera na perna, e quem bebesse dessa água se apaixonaria por um habitante da ilha e por Paquetá. Existem outras diversas lendas sobre a Ilha de Paquetá, que atraem cada vez mais visitantes, que a elegem para namorar, passear e se divertir.
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Leila31 de janeiro de 2017 14:35
ResponderExcluirA Ilha de Paquetá é, naturalmente, um espetáculo da Natureza. Lamentável, que o poder público esteja deixando o local em completo abandono!!!!