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Antônio Bento, mais conhecido como Bento do Portão, nasceu na Bahia no dia 29 de janeiro de 1875. Segundo relatos de moradores mais antigo, Bento veio a pé do estado baiano até chegar em Santo Amaro (antiga cidade que depois passou a ser considerada bairro na capital paulista). Inicialmente foi acolhido pela fazendeira Isabel Schimidt que lhe trazia café com pão para se alimentar de manhã e no decorrer do dia quando tinha fome, ele sentava nos degraus das casas enquanto aguardava por um prato de comida, por isso, passou a ser conhecido como Bento do Portão. Muitos o consideravam um mendigo e chegavam a maltrata-lo, cuspiam e diziam que era feiticeiro, mas na verdade era uma pessoa muito simples e bondosa que sempre retribuía quando recebia alimentos ou roupas, era comum vê-lo trazendo latas d´água ou feixe de lenhas que eram deixadas nas portas das casas em agradecimento de quem o ajudava, e também jamais trabalhou de graça, era muito procurado por ser curandeiro e recebia o que a pessoa pudesse pagar, às vezes com cigarro de palhas ou simplesmente ganhava balas. A noite dormia em um pequeno quarto de cortiço, onde tinha um matadouro e que hoje é o endereço do Shopping Boa Vista. No dia 29 de junho de 1917, com 42 anos, Bento falece próximo à entrada principal do cemitério de Santo Amaro e a causa da sua morte é desconhecida. Seu corpo foi encontrado pela mesma Isabel Schmidt que vinha todas as manhãs e foi através dela que a administração do cemitério cedeu um espaço, para que, ele fosse sepultado em um lugar tranquilo. Passado três anos de sua morte, uma senhora que já o conhecia por ser curandeiro, foi diagnosticada com diabete e necessitando amputar as pernas, recorreu a Bento em oração pedindo ajuda, quando retornou ao hospital para seguir com a amputação, foi informada pelos médicos que não teria necessidade, sendo este considerado um dos primeiros relatos de cura realizado por Bento do Portão.
Outro relato diz que, após sete anos enterrado, ao ser feita à exumação de seu corpo, este se encontrava intacto, sem nenhum sinal de decomposição. Logo começou a propagação e seu túmulo seria um local de peregrinação com cada vez mais devotos agradecendo as graças alcançadas e Bento do Portão tornou-se uma figura de devoção, um santo não reconhecido pela Igreja Católica, mas popularizado pelos diversos milagres atribuídos a ele desde então. Em 2002, ganhou uma lapide de um senhor português e a administração do cemitério negociou com os familiares dos sepultados para ceder um espaço onde seria construído um memorial para Bento. Todos materiais utilizados: telhas, ferros, cimentos, pedras... foram doados por devotos e a inauguração ocorreu no dia 8 de Julho de 2002, e durante a cerimônia dezenas de pessoas, além de autoridades locais e famílias tradicionais santamarenses compareceram para prestar homenagem em sua memória. Além da sepultura o lugar tem uma cobertura e velário destacado em meio à paisagem do cemitério, no ambiente interno as paredes são compostas por centenas de placas agradecendo pelas graças alcançadas. Segundo os administradores, estima-se que cerca de 700 pessoas visitem o mausoléu mensalmente. O memorial fica aberto aos visitantes para fazer suas orações, acender velas e levar flores do campo para enfeitar o túmulo, e depois aproveitam a água dos vasos considerada benta para beber e banhar-se com ela. A responsabilidade e zelo do espaço dedicado a Bento é feito por missionários da Comunidade Divina Luz, liderado pelo Missionário Paulo Oliveira que prestam serviços voluntários e organizam todo mês de Janeiro uma festa em celebração ao curandeiro baiano. Existe a possibilidade de canonização, porém trata-se de um processo longo e muito burocrático por parte da igreja católica, mas independente desta confirmação, Bento do Portão já é considerado santo popular na região.
Memorial Bento do Portão (Cemitério de Santo Amaro)
Rua Ministro Roberto Cardoso Alves, 186 – Quadra 8
Aberto diariamente, das 7h às 18h.
Vejam mais fotos…
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