domingo, 5 de junho de 2022

Parque Quilombo dos Palmares

Trata-se de um dos maiores símbolos de resistência do povo negro à escravidão. O quilombo, que na língua banto significa “povoação”, era tido como um local seguro de habitação nas matas, para os negros fugitivos dos cafezais e das plantações de cana-de-açúcar, que se recusavam à submissão, à exploração e à violência do sistema colonial escravista. A relatos que cerca de 20 mil negros (e até índios) viveram neste espaço criado no final do Século XVI. Eram agrupamentos construídos em locais de difícil acesso, e que dispunham de armas e estratégias de defesa contra a invasão de milícias e tropas governamentais. O Brasil colonial conviveu com centenas de comunidades quilombolas, espalhadas, principalmente, pelos atuais estados da Bahia (BA), Pernambuco (PE), Goiás (GO), Mato Grosso (MT), Minas Gerais (MG). Mas é em Alagoas que esta localizado o município de União dos Palmares, conhecida pela sua riqueza histórica principalmente pelo fato de ser considerada "A Terra da Liberdade", já que foi nela, mais precisamente na Serra da Barriga, onde foi dado o primeiro grito de liberdade, por Zumbi dos Palmares. A mais famosa comunidade quilombola do Brasil, inicialmente foi fundada pela princesa congolesa Aqualtune, mãe do lendário Ganga-Zumba (o primeiro grande chefe conhecido do Quilombo de Palmares. Era tio de Zumbi e ficou conhecido por ter assinado um tratado de paz com o governo de Pernambuco. Morreu envenenado por um partidário de Zumbi contrário ao acordo de paz). Em 1695, o quilombo foi totalmente destruído e milhares de pessoas assassinadas, um ano após a morte de Zumbi, assassinado por Domingos Jorge Velho, bandeirante contratado com a incumbência de sufocar Palmares e outros quilombos próximos a ele. A Serra da Barriga foi tombada como Patrimônio Histórico, Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico em 1986.

O memorial foi construído e fundado em 2007 pelo Ministério da Cultura, por intermédio da Fundação Cultural Palmares. Dentro do parque, encontramos uma maquete em tamanho natural, onde encontra-se Onjó de farinha (Casa de farinha), Onjó Cruzambê (Casa do Campo Santo), Oxile das ervas (Terreiro das ervas), Ocas indígenas e Muxima de Palmares (Coração de Palmares). Os visitantes podem observar algumas das construções mais significativas do Quilombo dos Palmares, reconstituídas com paredes de pau a pique e cobertura vegetal, onde se leem inscrições em banto e yorubá. Anualmente, durante todo o mês de novembro, o município de União dos Palmares, que fica a 80 quilômetros da capital alagoana, recebe aproximadamente a quantidade de 10.000 pessoas do Brasil e do exterior para celebrar a Festa da Consciência Negra (20 de Novembro, dia da morte de Zumbi dos Palmares). Chegar na isolada Serra da Barriga não é uma tarefa fácil, pois, todo o trajeto é dentro de uma zona rural, que possui todas as dificuldades de uma estrada de terra (pior ainda quando chove). Com o tempo bom e ensolarado, o visitante consegue curtir uma bela paisagem durante o percurso de muitas subidas até atingir o topo da serra. Infelizmente ainda falta uma estrutura de melhores condições para atender os turistas. Não tem nenhum tipo de informação e indicação de como chegar, estrada com trechos complicados para carros simples, sem comercio ou lugares para servir de apoio, principalmente para comer ou tomar água. Considerando o objetivo de conhecer o Memorial, todo esforço é valido pela história e a energia do quilombo retratando nossa raiz. Vale informar, que existe a presença de quilombolas remanescentes Muquém, a 5 km do centro da cidade, onde se podem encontrar artesanatos variados produzidos pela comunidade que ali vive até hoje.

Parque Memorial Quilombo dos Palmares
Estrada do Matadouro, 15025 - Serra da Barriga
Aberto de Seg a Sab das 08:00 as 17:00 hrs

Vejam mais fotos...















Nenhum comentário:

Postar um comentário