domingo, 5 de dezembro de 2021

Fortaleza de Santa Cruz da Barra

Sua história teve inicio no ano de 1555, quando o Almirante francês Nicolau Durand de Villegaigon, montou duas bocas de fogo no pequeno cabo localizado à direita de quem entra na barra do Rio, controlando o canal e alcançando com fogo os Fortes de Copacabana e São João. Considerada a mais importante do país e um dos pontos turísticos mais incríveis de Niterói, está situada sobre a ponta de um rochedo, próximo a baía de Guanabara, no bairro de Jurujuba, num local onde todos os barcos, que entram ou saem do porto são obrigados a passar, sobre a mira defensiva de canhões que encontram-se guarnecida até aos dias de hoje. Com sua longa extensão e arquitetura poligonal imponente, construída em uma área de 7.153 metro quadrado. A fortificação consiste numa compacta obra de alvenaria de 20 a 25 pés de altura, revestida por pedras trazidas de Portugal a partir de 1567. A Fortaleza foi reinaugurada em janeiro de 2004, depois de passar por sérias obras de recuperação, pela segunda vez em sua história. A primeira foi em 1896, para reparar os estragos causados durante a "Revolta da Armada". Desde 2005, as suas instalações sediam o Quartel-general da Artilharia Divisionária da 1ª Divisão de Exército e Comando Militar. Cercada de inúmeras histórias, entre elas reza a lenda local, acerca de um túmulo na parede da Capela de Santa Bárbara, que se trata do sepulcro da jovem Iracema, filha do capitão Potyguara, que, apaixonada por um cabo e impedida de viver o seu amor, atirou-se ao mar em Dezembro de 1906. A Fortaleza de Santa Cruz, participou de momentos históricos do nosso País, principalmente quando impediu tentativas de invasão por parte de franceses e holandeses. Ao longo desse período foram construídas, cinco celas com dois metros de altura e sessenta centímetros de largura, que serviu de presídio para nomes ilustres do cenário nacional e durante o regime militar.

Devido ao seu isolamento, somente era acessível entrar na Fortaleza por meio do mar ou por um estreito caminho nos rochedos. Quando chegou em 1943, foi aberta uma estrada em plena rocha, permitindo acesso de veículos. Por ser uma região sob controle militar, todo o caminho é constantemente vigiada, por uma guarita e mais adiante um bloqueio. Seguindo a estrada, você pode parar para se refrescar tomando água natural, vinda diretamente da fonte chamada de Nossa Senhora da Guia. Mais adiante, logo á entrada, na Praça Fronteira, encontram-se três canhões de 178 milímetros, instalados em 1942, voltados para alto mar. Para entrar na Fortaleza, o visitante tem o acompanhamento de soldados-guias e logo que passa a guarita, pode apreciar o relógio de sol, que mede a passagem do tempo através da posição do sol, feita em pedra de lioz, com algarismos romanos, datado de 1820. Através de um pátio totalmente calçado em pedra de cantaria, chegasse à Capela de Santa Bárbara, construída em 1612, no século XVIII. No interior a imagem da padroeira da Artilharia, feita de madeira maciça, com enfeite em pedras semi-preciosas e medindo 1,73m de altura. Tem, numa das mãos, um cálice, que representa a virgindade e, em outra, uma espada, o que a torna guerreira. Envolvendo a imagem, há uma história mística, segundo a qual a santa fora trazida para aquele lugar por engano; no entanto sempre que se tentava removê-la dali, o que, na época, somente poderia ser feito por mar, um fato estranho acontecia: ao colocar a imagem no barco, as águas do mar tornavam-se, subitamente, agitadas, impossibilitando seu transporte. Depois de muitas tentativas, finalmente, a imagem foi deixada na capela, pois era ali, segundo se entendeu, que a santa queria ficar.

Seguindo o roteiro do guia, chega-se ao local chamado de “Cova da Onça”, uma sala onde os prisioneiros eram torturados, em uma roda de madeira com lâminas cortantes. Durante a sessão, ouvia-se gritos dos presos, que pareciam os rugidos de uma onça, após, a tortura seus despojos eram jogados ao mar, através de um poço localizado ao lado da entrada da sala. No paiol de munições, lugar onde era destinado o armazenamento de explosivos e munições, foi destruído por uma faísca elétrica, e logo reconstruído em 1875, concluindo-se a modernização da praça em 1877. Posteriormente foram instaladas enfermaria, farmácia e iluminação a gás carbônico em 1882. Ao lado do paiol, também é construído um espaço conhecido como "Salão de Pedra", com mais de 200 m², com teto de pedras de granito abobadadas, talhadas a mão e ligadas com óleo de baleia, cal e mariscos triturados. Hoje o lugar é utilizado para cerimônia de casamento, aniversários, bailes, palestras e outros eventos. Na parte onde se localiza o farol do forte, foi planejado um local denominado Espaço Cultural do Farol, com acesso a parte das histórias contadas através de exposições de gravuras e fotografias. A fortaleza possui três baterias de artilharia, dispostas em níveis diferentes. A mais moderna é a Bateria de Santa Teresa ou Bateria do Imperador, composta por quatro peças de fabricação inglesa, sendo duas de 150 milímetros, datadas de 1867, e duas de 120 milímetros, de 1872. São canhões, com a boca em seção hexagonal onde se colocava o projétil, carregado com pólvora na culatra. No local, um mastro de pau-brasil com cerca de 18 metros de comprimento, serve ao hasteamento da Bandeira Nacional.

Vejam mais fotos…




















Um comentário:

  1. Margareth 26 de abril de 2014 20:15 disse...

    Gostei muito do material. Muito bem feito. Como observacao, muito do que foi colocado neste artigo nao foi sequer mencionada na excursao dentro da Fortaleza.

    Parabens.

    ResponderExcluir