Nos últimos dias, veio à tona um termo chamado “adultização”, que se tornou centro de discussões em todo país. Após um vídeo feito pelo influenciador Felca, denunciar outro influenciador Hytalo Santos pela exploração sexual de menores de idade, em seus conteúdos na internet. Apesar da postagem, viralizar nas redes sociais, com o vídeo ultrapassando 35 milhões de visualizações no YouTube. Ele não fez nenhum grande favor para a humanidade, quando trouxe essa polêmica para a internet, mesmo com a sua significância de 19 milhões de seguidores. Falar de adultização e sexualização precoce envolvendo crianças, é um tema antigo e já debatido, bem antes do surgimento da internet. Historicamente, desde a década de 1990, já aconteciam alertas dessa exposição, muitas vezes estimulada pela própria mídia – hipócrita e inescrupulosa – especificamente a televisão, que sempre fez pressão de padrão estético, com as crianças para se enquadrar em diferentes programações infantis, para conquistar audiência. Existe um lado sombrio na TV, que é um ambiente de entretenimento tóxico e abusivo em suas produções, reforçando muito os excessos na construção de comportamentos das crianças em busca da fama. Nas agências de publicidades, também houve muitos casos de exploração, com a imagem de menores de idade, com objetivo de ganhar repercussão com as campanhas publicitárias. Ao longo do tempo, nos anos 70, 80, 90 e 2000... atrizes, modelos, dançarinas e apresentadoras, eram sonhos de consumo e um dos caminhos para a adultização precoce, afinal qual criança não queria se parecer com uma Gretchen, Carla Perez, Xuxa, Paquitas, Angélica, Simony, Sônia Braga, Anita, entre outras que em suas épocas, conquistaram admiração das crianças e também se tornaram símbolos de desejos sexuais dos adultos masculinos.
Com o
surgimento da internet e a expansão das redes sociais, as plataformas digitais
ganharam novas formas de lucrar com algoritmos, através de estratégias de
monetização. Assim surgiram os chamados youtubers e influenciadores, que fazem
de tudo para chamarem atenção do público e alcançarem volumes de seguidores. O
processo chamado de viralização, impulsionados pelo potencial de engajamento, que
muitas vezes priorizam conteúdos duvidosos e polêmicos. Esse é um ambiente, cada
vez mais acessível para crianças, que desde cedo, já tem o celular nas mãos, facilitados
pelos próprios pais. A internet é um universo sem restrições e inadequados para
menores de idade. Ver vídeos de música com dancinhas, simulando movimentos sensuais
e até encenando atos sexuais, é um problema muito sério que não
deveria ser minimizado como inocente para crianças, que podem ser vítimas de
pedófilos. A busca pela exposição e protagonismo a qualquer custo, para ganhar
visibilidade e ter carreira de celebridade na internet, são sonhos possíveis pelas
plataformas digitais Tik Tok, Instagram e Youtube. Esse processo de viralizar para
elevar a autoestima, estimulam crianças a explorar territórios, que direta ou indiretamente
pode afetar seu psicológico emocional, considerando o errado como certo, principalmente
pular etapas da sua vida, neste contexto da adultização e erotização infantil. Se
o interesse do influenciador Felca, foi denunciar como cidadão indignado...
parabéns pela atitude!!! O resultado atingiu o objetivo de despertar atenção do
público e gerar ações da classe política, para combater esse problema virtual, o
Senado tomou a iniciativa de aprovar projeto de lei, que cria regras para a
proteção de crianças e adolescentes em ambientes digitais. Só espero que não
seja mais uma onda de viralização, onde todos surfam para aparecer e depois
nada mais acontece.